Uma investigação do Escritório de Integridade Científica (ORI) dos Estados Unidos concluiu que o psiquiatra Bret Rutherford, ex-pesquisador da Universidade Columbia e do Instituto de Psiquiatria do Estado de Nova York, cometeu má conduta em estudos clínicos sobre depressão na velhice que foram interrompidos após o suicídio de um dos participantes em 2021. De acordo com um relatório sobre o caso divulgado pelo escritório, Rutherford relatou “de forma imprudente e falsa” que os voluntários recrutados na pesquisa atendiam aos critérios de inclusão descritos no protocolo dos estudos, quando parte deles estava tomando certos medicamentos ou antidepressivos que os inabilitavam a participar. Ele também incluiu idosos que tomaram medicamentos no período de 28 dias anteriores ao estudo, contrariando o protocolo.

De acordo com o ORI, isso afetou a confiabilidade dos métodos e os resultados de cinco artigos científicos. Três desses papers sofreram retratação e dois foram corrigidos. Um dos objetivos da pesquisa de Rutherford era avaliar se o medicamento levodopa, usado no tratamento da doença de Parkinson, poderia melhorar o humor e a mobilidade em pessoas com depressão. O psiquiatra foi proibido de receber financiamento federal para pesquisas por três anos, contados a partir de 27 de setembro. Passado esse período, só poderá realizar pesquisas com recursos públicos sob supervisão nos três anos seguintes.