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SP - Litoral,18/10/2024

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    Marina Silva cobra mais orçamento e novas medidas contra queimadas, em meio a críticas da oposição

    Fonte: camara.leg.br
    Marina Silva cobra mais orçamento e novas medidas contra queimadas, em meio a críticas da oposição

    Em audiência na Câmara dos Deputados marcada por embates entre governistas e oposição nesta quarta-feira (16), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, atualizou as ações de enfrentamento aos incêndios florestais que atingiram o país nos últimos meses. A pior seca em 75 anos de medições oficiais no Brasil contribuiu para queimadas em quase todos os estados, com devastação mais acentuada na Amazônia, no Pantanal e no Cerrado. Hoje, 80% dos focos estão controlados.



    Mario Agra / Câmara dos Deputados

    Ministra marina silva na comissão de agricultura

    Marina Silva foi ouvida na Comissão de Agricultura


    Diante do “novo normal” das mudanças climáticas, Marina defendeu mais recursos públicos permanentes e novas medidas de adaptação aos eventos extremos.


    “Aumentando os orçamentos, aumentando a nossa governança, inclusive criando novos paradigmas, como esse que falei sobre emergência antecipada: se nós decretarmos emergência climática antecipadamente, nós podemos estocar cesta básica, alimento, combustível e remédio até três a quatro meses antes”, disse.


    Foi necessária uma medida provisória (MP 1258/24) de crédito extraordinário de R$ 514 milhões para enfrentar os incêndios florestais. A seca histórica foi enfrentada a partir de Sala de Situação com representantes de mais de 20 ministérios. O alerta de emergência ambiental foi dado por meio de portaria do governo federal em fevereiro; porém, a ministra disse que alguns estados só assinaram decretos de proibição de uso de fogo quando as queimadas se avolumaram. Três mil brigadistas foram contratados para reforçar as equipes do Ibama e do ICMBio. Segundo Marina, o cenário seria mais grave se o governo Lula não tivesse retomado ações de combate ao desmatamento paralisadas no governo anterior, como o Fundo Amazônia e os planos de ação para prevenção e controle do desmatamento.


    “Se não tivéssemos essa redução de desmatamento, a situação poderia ser incomparavelmente pior, porque um dos vetores é o incêndio em função das derrubadas. E aí nós temos um fenômeno novo: agora nós temos algo em torno de 32% de incêndios em conformação florestal”.


    Governança

    Entre as apostas da ministra para melhorar a governança diante de eventos extremos estão o Plano Clima, com várias medidas de adaptação e mitigação das mudanças climáticas; a nova meta de redução das emissões de gases de efeito estufa (NDC), que será divulgada até o fim do ano; e a elaboração de Estratégia Nacional de Enfrentamento a Eventos Extremos com previsão de um Conselho Nacional de Segurança Climática e de um Comitê Técnico-Científico.


    Ela também citou o programa nacional que prevê a restauração de 12 milhões de hectares de áreas degradadas até 2030.


    Incêndios criminosos

    Marina Silva lembrou que uma força-tarefa comandada pela Polícia Federal abriu 111 novos inquéritos sobre suspeita de incêndios intencionais e o governo elabora projeto de lei para endurecer as penas neste caso.


    “Mais de 26 pessoas já foram presas porque estavam ateando fogo de forma criminosa. E as investigações continuam. O esforço tem que ser aumentado, mas obviamente que a gente não pode dizer: ‘queime que o governo federal apaga’. Não!”, enfatizou.


    A audiência da ministra do Meio Ambiente foi realizada na Comissão de Agricultura, onde enfrentou fortes críticas da oposição. A deputada Julia Zanatta (PL-SC) apontou “incompetência” na gestão e criticou a atuação de ONGs no governo. Ex-ministro do Meio Ambiente no governo Bolsonaro, o deputado Ricardo Salles (Novo-SP) relembrou críticas que enfrentava na época, vindas do que chamou de “xiitas”.


    “Muitas das dificuldades que a senhora está enfrentando eu passei na época do ministério. Por uma questão de enviesamento ideológico, secretarias de estado e órgãos federais não permitiam, por exemplo, que se fizesse a queima prescrita ou controlada no momento certo. E os xiitas que ocupam às vezes esses órgãos não deixam fazer. E aí, nós temos uma discussão dogmática, que não respeita nem o Código Florestal”, disse ele.


    Embates

    Entre os muitos embates em mais de três horas de audiência, a ministra Marina Silva rebateu comentários do presidente da Comissão de Agricultura, deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), um dos organizadores da reunião.


    “Eu quero repudiar a forma de vitimização com que mais uma vez essa ministra se comporta aqui. Tem que dar parabéns para quem a treinou e até esse adestramento para ter essa postura", disse o deputado. Ele reclamou que a ministra não respondeu aos questionamentos da ministra e que ela "traz aqui uma retórica de militância”.


    Em defesa da ministra, o coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Nilto Tatto (PT-SP), disse que a oposição deveria “fazer exame de consciência” diante dos projetos que defende no Congresso, que, segundo ele, só agravam a crise climática.


    “Que a justiça condene e que se esclareça quem é que está por trás dos incêndios criminosos, porque quem está sofrendo com isso, em especial, são os mais pobres e os agricultores familiares. Aqueles que trabalham aqui [no Congresso] para aprovar mudança da APP, para mudar a Lei de Barragens – e boa parte desta oposição trabalha para isso – não estão contribuindo com o próprio agronegócio, que já está sofrendo as consequências das mudanças climáticas”, salientou Tatto.


    Durante a audiência, Marina Silva também rebateu argumentos da oposição que a colocam como “inimiga do agronegócio”. Ela afirmou lutar por um meio ambiente equilibrado, também fundamental para a produção agrícola.


     







     




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