Santos se prepara para o início do plano preventivo da Defesa Civil em áreas de risco
Com foco na instrução de moradores de áreas de risco sobre deslizamentos e avaliação das condições de morros em períodos de chuva densa, Santos começa a se preparar para a nova fase do Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC), que terá início em 1º de dezembro e meta de vistoriar 3.849 moradias. Com equipe ampliada, serão realizadas panfletagens educativas nas próximas semanas
O PPDC vai até o dia 30 de abril, um mês a mais que o plano estadual, e vai verificar a segurança dos moradores de 17 morros santistas. Esta edição ainda conta com um diferencial: a atualização do Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR) nos morros, com mapeamento de novas áreas localizadas nos setores de riscos alto e muito altos, ou seja, com maior chance de deslizamento.
Foto: Arquivo/PMS
Ao todo, são 13.034 moradias que estão em área de alertas, sendo divididas em três níveis: 135 classificadas como R4 (risco muito alto), 4.676 como R3 (alto) e 8.223 residências consideradas SM (em estado de monitoramento) - esta última renomeada após atualização feita com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que anteriormente contava com a divisão entre risco baixo e médio.
Se há riscos de deslizamento, a interdição em moradias é realizada, como é o caso de residências localizadas na subida do Morro da Nova Cintra.
Para o PPDC 2024-25, a Defesa Civil contará com o reforço de 130 servidores municipais de 10 secretarias diferentes para auxiliar os 40 funcionários fixos do órgão, que já receberam preparo e capacitação para atuar no plano.
Além da conversa realizada durante todo o ano com moradores de áreas de risco e em escolas municipais, é neste período que a equipe acompanha, de forma minuciosa, acumulados pluviométricos e previsões metodológicas e coopera nas vistorias em campo, sempre buscando agir antecipadamente às ocorrências de desastres.
Mesmo com início em dezembro, na próxima semana a Defesa Civil seguirá com panfletagem e instruções aos munícipes. “Visitamos cerca de 4 mil moradias a cada ano antes de iniciar o período chuvoso, mas é durante o plano que vamos ao encontro de ainda mais famílias. Na última edição ainda foi um pouco acima do normal, por conta de chuvas além da média, recebemos várias ocorrências, mostrando que a população está sempre em alerta e que a Defesa Civil seguirá sempre à disposição desses munícipes”, explicou o geólogo da Defesa Civil, Victor Valle.
MAIS SEGURANÇA
Além disso, desde 2021, Santos tem investido fortemente em infraestrutura para prevenir desastres naturais. O Município destinou cerca de R$ 100 milhões no Programa Santos Mais Bonita, para seis obras de contenção de encostas, drenagem, acessibilidade e zeladoria, em cinco morros beneficiando mais de 30 mil pessoas, além de diversas intervenções orientadas pela Defesa Civil, que elaborou um detalhado planejamento das áreas afetadas pelas chuvas de março de 2020, quando o acumulado, em Santos, atingiu o maior pico dos últimos 80 anos, à época.
“As obras executadas pela Prefeitura nas áreas consideradas de risco são essenciais para uma resposta às ocorrências que recebemos no passado. Isso possibilita o prosseguimento na prevenção de desastres naturais e na preparação da população aos eventos severos comuns no verão, que está mais segura devido a essas intervenções”, observou o coordenador da Defesa Civil de Santos, Daniel Onias.
PPDC 2023-2024
Apesar das chuvas fortes que, em janeiro de 2024, superaram em mais de 75% a média histórica de precipitação dos últimos 30 anos, Santos concluiu o Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC) 2023-2024, em maio, sem registro de vítimas fatais na cidade. Ao todo, entre 1º de dezembro de 2023 e 30 de abril de 2024, foram contabilizadas 470 ocorrências, incluindo deslizamentos, quedas de árvores e galhos. Devido à intensidade das chuvas em janeiro, a Cidade precisou transferir permanentemente 30 famílias que viviam em áreas de risco nos morros.
AÇÕES PERMANENTES
O trabalho do PPDC é desenvolvido desde 1989 e ganhou reforço em Santos nos últimos anos. Em 2017, o Município criou o cargo de agente de Defesa Civil e contratou 17 novos profissionais por concurso público. Atualmente, o órgão se destaca por ser o único com meteorologista a nível estadual.
Outro avanço significativo foi o aumento do número de pluviômetros automáticos na Cidade, passando de 10 unidades, em 2012, para 17, em 2018, distribuídos principalmente nas áreas de encostas e nas bases das estações pluviométricas.
Foto: Arquivo/PMS
A Cidade também firmou parcerias com o Núcleo de Pesquisas Hidrodinâmicas da Universidade Santa Cecília, para emissão de boletins sobre ressacas, e com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), com o objetivo de promover ações educativas nas escolas.
Além disso, em uma parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a Defesa Civil de Santos vem realizando um mapeamento das árvores da cidade, com o intuito de entender as causas das quedas e direcionar ações preventivas. As medidas adotadas, como o manejo arbóreo, contribuíram para a redução de 50% das ocorrências de queda de árvores durante ventos fortes entre 2023 e 2024.
EQUIPE EM PLANTÃO
Caso algum morador aviste rachaduras e trincas em terrenos, assim como árvores e postes inclinados, é preciso entrar em contato com a Defesa Civil para que os técnicos avaliem se há risco de deslizamento no local. O contato com o órgão, que atua em esquema de plantão 24h, pode ser feito por meio dos telefones 199 ou (13) 3208-1000.
Também é importante que a população se cadastre para receber os alertas da Defesa Civil. Para isso, basta enviar SMS com o CEP da região onde mora para o número 40199.