Advocacia vicentina divide-se e envia mensagem de inconformismo..
Quase ao Meio: Advocacia vicentina exige mudanças e transparência na OAB.
Eleição na OAB São Vicente: Entre a continuidade e o desejo de mudança.
A Dra. Graziele Kliman foi eleita presidente da 44ª subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em São Vicente para o triênio 2025-2027, com 56,28% dos votos. Sua vitória representa a continuidade de um grupo que está à frente da subseção há quase uma década.
No entanto, a expressiva votação da chapa de oposição, liderada pela Dra. Michelle Tizziani, que obteve 43,72% dos votos, sinaliza um forte e crescente desejo de mudança por parte de uma parcela significativa da advocacia vicentina.
A campanha da Dra. Tizziani mobilizou advogados em torno de propostas como:
- Maior transparência na gestão de recursos.
- Fortalecimento das comissões da OAB.
- Aumento na oferta de cursos de capacitação.
- Mais apoio à jovem advocacia.
A Dra.Graziele Kliman, viúva do ex-presidente Eduardo Kliman, assume o desafio de pacificar a classe e responder às críticas de estagnação na atuação institucional. Os próximos três anos exigirão:
- Equilíbrio entre a manutenção dos avanços e a implementação de inovações.
- Transparência na gestão de recursos e ações institucionais.
- Ampliação da participação dos advogados nos processos decisórios.
- Valorização da advocacia, com a defesa das prerrogativas, oferta de capacitação e atuação junto ao Judiciário.
A continuidade do mesmo grupo administrativo por três gestões consecutivas levanta questionamentos sobre o risco de acomodação. O sucesso da gestão da Dra. Kliman dependerá de sua capacidade de responder aos desafios e de se mostrar aberta ao diálogo com a oposição.
Advogados que acompanharam a eleição apontam que a advocacia vicentina busca uma gestão inclusiva e atenta às suas demandas.Para transformar as críticas em oportunidades, a Dra. Kliman precisará adotar uma abordagem inovadora, com foco na inclusão, transparência e representatividade.
O triênio 2025-2027 pode ser um divisor de águas para a OAB São Vicente, com a chance de:
- Estabelecer novos padrões de atuação.
- Consolidar uma subseção que reflita a pluralidade e os anseios da advocacia.
As eleições da OAB São Vicente desencadearam um cenário de nítida polarização dentro da classe advocatícia local. De um lado, uma oposição crescente e expressiva, que exige uma postura mais combativa e incisiva da Ordem, comprometida com a defesa irrestrita das prerrogativas profissionais, o fortalecimento do exercício da advocacia e a valorização da classe, em oposição a uma gestão que, na percepção de muitos, se acomoda na superficialidade de ações midiáticas e assistenciais. Do outro, um projeto de continuidade, vitorioso nas urnas, mas alvo de intensas críticas, sobretudo no tocante à capacidade de se renovar e de responder adequadamente às demandas de um segmento cada vez mais exigente.
O que se delineia, portanto, é um quadro que exige reflexão profunda. A continuidade do atual modelo de gestão, que mantém sua hegemonia há quase uma década, se vê agora pressionada por um crescente clamor por mudança. A indagação é inevitável: poderá a nova administração – representando a manutenção de um ciclo prolongado – atender aos anseios de renovação e inovação indicados pelos votos da oposição? Ou será que, à medida que a insatisfação se acentua, o ciclo de continuidade será inexoravelmente rompido nas próximas eleições?
O cenário se apresenta como uma encruzilhada para a advocacia vicentina, que se vê diante de uma oportunidade ímpar de se projetar como referência nacional em termos de representatividade e eficiência. No entanto, para que esse potencial seja concretizado, é imprescindível que a nova gestão, ainda que mantenedora do status quo, adote uma postura mais dialogante e propositiva. Somente por meio de um processo de mediação pós-eleitoral, onde as divergências sejam transformadas em soluções concretas, será possível superar a divisão vigente e alinhar as ações da OAB àquilo que a classe realmente demanda.
Em última instância, a advocacia vicentina encontra-se diante de um desafio vital: manter sua relevância e influência, superando as lacunas que o atual modelo de gestão não conseguiu preencher. O sucesso da nova administração, portanto, dependerá não apenas da continuidade dos projetos, mas, sobretudo, da capacidade de adaptação e de transformação das críticas em avanços tangíveis para o bem-estar da classe. A OAB São Vicente precisa, mais do que nunca, de uma liderança que saiba ouvir, negociar e, acima de tudo, representar os reais interesses da advocacia.
É fundamental que este ciclo seja marcado pela evolução e não apenas pela continuidade, para que a OAB São Vicente se torne uma referência em gestão e defesa da classe.