Santos intensifica combate ao Aedes antes do carnaval e agentes já eliminaram mais de 500 focos
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Enquanto as escolas de samba aquecem os tamborins, a equipe de enfrentamento ao Aedes aegypti prepara o terreno para as alas passarem com saúde. Nos preparativos para o Carnaval santista, a Secretaria de Saúde de Santos realizou, nesta quinta-feira (20), mutirão no Bom Retiro e, no dia anterior, outro na Areia Branca - onde fica o Sambódromo. Ao todo, os agentes chegaram a 511 focos com larvas eliminados em 2025.
Na quinta-feira, foram 57 agentes escalados, que eliminaram 30 focos em 2.342 imóveis percorridos no Bom Retiro. No mutirão do dia anterior, na Areia Branca, 45 servidores percorreram 1.146 imóveis, eliminando 17 focos. Já na terça-feira (18), a equipe havia realizado vistoria com drone na Passarela do Samba Dráuzio da Cruz.
RETORNO
Os mutirões vão retornar aos dois bairros no sábado (22) para visitar imóveis fechados, podendo ser cancelados em caso de chuva. A empresa Terracom atuará em parceria com a Secretaria de Saúde, disponibilizando uma equipe de 25 agentes e um caminhão para a retirada de materiais inservíveis, que têm potencial para gerar criadouros do mosquito.
A equipe de Informação, Educação e Comunicação (IEC) realizou um trabalho de conscientização por meio da entrega de materiais educativos. No Areia Branca, a ação foi realizada na feira livre da Rua Indalécio de Arruda Costa, e no Bom Retiro, no Jardim Botânico.
No sábado (22), a equipe estará com estande na Praça das Bandeiras, na orla do Gonzaga, das 9h às 13h.
O chefe do Centro de Controle de Zoonoses e Vetor (CCZV), Boanerges de Oliveira, alertou que as recentes chuvas na Baixada Santista aumentaram os criadouros do mosquito, exigindo maior vigilância. Também destacou a situação de emergência decretada pelo Governo do Estado. “Pedimos à população que reserve dez minutos por semana para inspecionar suas casas e eliminar possíveis focos do mosquito. Muitas vezes, o maior risco está dentro da própria residência”.
A moradora do Bom Retiro Lucia Maria de Jesus da Silva, professora de 77 anos, tem uma das armadilhas do mosquito espalhadas pelo CCZV em sua casa, por isso recebe visitas constantes dos agentes que a ajudam a manter sua residência segura contra o mosquito. “Sempre deixo os agentes entrarem. Impedir esse trabalho, para mim, é uma total ignorância, principalmente com o aumento dos casos da doença", ressaltou.
A costureira Maria das Neves Pereira, de 69 anos, também do Bom Retiro, reforçou a importância da colaboração com os agentes.
“É errado não deixar eles entrarem. Minha casa ficou alagada por causa da chuva, então o cuidado tem que ser redobrado. Uso sal grosso e água sanitária nos ralos, na privada e até atrás da geladeira para evitar a proliferação do mosquito”, explicou. Com a chegada do verão e o aumento das chuvas, a proliferação do Aedes aegypti se torna ainda mais rápida. A Secretaria de Saúde reforça a necessidade de colaboração da população para eliminar possíveis criadouros e reduzir os casos de dengue na cidade.
CASOS
A cidade registra 53 casos de dengue e 2 de chikungunya neste ano. Em 796 imóveis foram recusadas a entrada dos agentes.
VACINA
A vacina contra a dengue segue disponível nas policlínicas para crianças e jovens de 10 a 14 anos. Para completar o esquema vacinal, são necessárias duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
O MOSQUITO
As fêmeas do mosquito Aedes aegypti depositam ovos em locais de água parada. Esses ovos necessitam de água e calor para eclodir. Assim, surgem as larvas, que mais tarde se transformam em pupa e, por fim, em mosquito. Somente as fêmeas se alimentam de sangue humano, necessário inclusive para a maturação de seus ovos antes de serem depositados. Porém, se essa fêmea tiver picado uma pessoa infectada por dengue ou chikungunya, ela se torna transmissora dos vírus ao sugar o sangue de outros indivíduos.
PRINCIPAIS DICAS
• Verifique se há água parada em vasos e pratos de plantas
• Pias - verificar vazamentos e manter ralo vedado
• Ralos no chão - tampá-los com tela, caso não sejam do tipo abre e fecha. Aplicar água sanitária duas vezes por semana
• Bandeja externa de geladeira - verificar se há acúmulo de água, limpar e manter seca
• Vaso sanitário e caixas de descarga - manter tampados
• Calhas e lajes - caso não seja possível verificar se acumulam água, procurar identificar sinais de umidade. Em caso afirmativo, providenciar a resolução do problema
• Caixas d'água - verificar a condição das tampas. Solicitar a reposição daquelas ausentes ou quebradas
• Fontes ornamentais, bebedouros de animais domésticos, piscinas - verificar a presença de organismos vivos dentro da água. Fazer limpeza regularmente
ESTRATÉGIAS DE SANTOS AO ENFRENTAMENTO AO AEDES AEGYPTI – ANO INTEIRO
• Casa a Casa - programa de visitação de rotina aos imóveis
• Mutirão - varredura realizada semanalmente em algum bairro da Cidade
• Imóveis especiais e pontos estratégicos - locais visitados mensalmente
• Imóveis especiais: grande circulação de pessoas - escolas, hotéis, shopping centers
• Pontos estratégicos: mais risco de criadouros - borracharias, oficinas, ferros-velhos, cemitérios, obras
• Nebulização - aplicação de inseticida no entorno da residência de pessoa infectada para combater o mosquito já na fase adulta, quando está transmitindo as doenças
• Armadilhas - Santos possui 481 armadilhas distribuídas por toda a Cidade, monitoradas semanalmente, que mostram o índice de infestação de mosquito no local
• Acompanhamento epidemiológico - notificação e investigação de todos os casos de doenças transmitidas pelo Aedes pela Vigilância Epidemiológica
• Atividades Educativas - atividades educativas nas ruas, escolas, palestras em empresas e instituições, pedágios em diferentes pontos da Cidade, participação em eventos, estandes temáticos e reuniões em condomínios
• Monitoramento com drones em locais de difícil acesso
• Atendimento a denúncias - feitas na Ouvidoria Municipal pelo telefone 162 ou site www.santos.sp.gov.br/ouvidoria
Fotos: Raimundo Rosa
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