A conscientização sobre a fibromialgia é um dos objetivos da campanha Fevereiro Roxo, além da Doença de Alzheimer e do Lupus. A fibromialgia, que atinge de 2% a 3% dos brasileiros, é uma condição que não tem cura e causa dores por todo o corpo, desgastando física e mentalmente o paciente. 

Em Santos, uma equipe multidisciplinar na Seção de Recuperação e Fisioterapia (Serfis), formada por psicólogos, fisioterapeutas, reumatologistas, psiquiatras, nutricionistas e educadores físicos, é responsável por proporcionar ao paciente alguns mecanismos para lidar com a doença.

TRATAMENTO

Apesar de não ter cura, a doença possui um tratamento que busca minimizar os sintomas e  melhorar a qualidade de vida. A rede de Saúde de Santos oferece uma série de intervenções terapêuticas aos pacientes com fibromialgia: fisioterapia, psicoterapia, atividade física, tratamento psiquiátrico (para quadros de ansiedade e depressão), aplicação de laser, acupuntura e acompanhamento com nutricionista.

O primeiro atendimento é sempre realizado pelo médico da policlínica, que encaminha o paciente para o especialista, geralmente reumatologista, responsável pela hipótese diagnóstica. Além do tratamento com analgésicos, o especialista encaminha o paciente para sessões de fisioterapia.

Na Seção de Recuperação e Fisioterapia (Serfis), o paciente passa por avaliação fisioterápica e psicológica, com o intuito de confirmação do diagnóstico. Uma vez confirmados os critérios estabelecidos para a identificação da doença, a pessoa é inserida em um grupo de tratamento, de acordo com a necessidade, ou encaminhada a outros serviços como os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), onde manterá rotina de tratamento paralela à estabelecida pela Serfis.

PALESTRA

Durante uma palestra em alusão ao Fevereiro Roxo,  realizada na Câmara, o psicólogo Fábio Serrão Franco, da Serfis, explicou que a doença é uma patologia psicossomática (que tem influência ou natureza emocional) de natureza inflamatória, que atinge principalmente músculos, tendões e articulações.  “Embora seja de origem desconhecida, é possível notar um padrão. De modo geral, as pessoas que apresentam a doença passaram por alguma situação de estresse ou por uma ameaça iminente que é vivenciada constantemente”. “Existe um instinto animal, que os humanos também possuem, de luta ou fuga ao sentir uma ameaça. Na maioria das pessoas que vivem com fibromialgia, nenhuma das duas ações podem ser realizadas. Ocorre uma paralisação total causada pelo medo que gera uma inflamação geral no corpo”, completa o psicólogo.  

A DOENÇA

A fibromialgia é uma síndrome crônica caracterizada por dores generalizadas, acompanhadas de sintomas como fadiga, distúrbios do sono, ansiedade e problemas de memória. Apesar de ser uma condição reconhecida, ainda existe um grande desafio relacionado à sua compreensão e diagnóstico, já que os sintomas podem variar significativamente entre os indivíduos.  Acredita-se que fatores genéticos, ambientais e emocionais possam influenciar no surgimento da doença, embora suas causas exatas permaneçam em discussão na comunidade médica.

SINTOMAS

Fadiga intensa: Muitas vezes, a sensação de cansaço extremo impede a realização de atividades cotidianas.

Distúrbios do sono: A insônia ou a má qualidade do sono contribuem para o agravamento dos sintomas.

Problemas cognitivos: Dificuldades de concentração e lapsos de memória.

Sintomas emocionais: Ansiedade e depressão podem acompanhar a doença, aumentando o impacto na saúde mental e emocional dos pacientes.