Após armadilhas detectarem alto número de mosquitos, mutirão visita mais de 1,5 mil imóveis na Vila Belmiro, em Santos

A luta contra a dengue segue firme em Santos. Nesta quarta-feira (12), o Centro de Controle de Zoonoses e Vetores (CCZV) realizou mais um mutirão contra o Aedes aegypti, desta vez na Vila Belmiro, devido ao alto número de mosquitos capturados nas armadilhas espalhadas pelo bairro. A ação contou com 59 agentes de combate a endemias (ACEs), que percorreram a região e eliminaram 26 focos de larvas.
Os ACEs, devidamente identificados com uniforme e crachá funcional, vistoriaram 1.505 imóveis, além de promoverem um pedágio educativo com uma faixa informativa sobre como evitar a proliferação do mosquito.
O mutirão terá retorno no sábado (15) para eventuais pendências, podendo ser cancelado em caso de chuva. A empresa Terracom atuou em parceria com a Secretaria de Saúde, disponibilizando uma equipe de 25 agentes e um caminhão para a retirada de materiais inservíveis, que têm potencial para gerar criadouros.
RECUSAS
Entre os obstáculos enfrentados pelos agentes, um novo inimigo se soma ao mosquito: as recusas. Apenas neste ano, 900 moradores se negaram a permitir a vistoria em seus imóveis. Diante disto, a Prefeitura de Santos lançará nesta quinta-feira (13) uma nova campanha para conscientizar a população sobre a importância do combate à dengue.
Apesar das dificuldades, há quem dê o exemplo. Devanir Donini, de 81 anos, abriu as portas de casa para os agentes sem hesitação e mantém um cuidado rigoroso para evitar criadouros. “Muita gente deixa água acumulada e não se cuida. Com a ajuda dos agentes, mantenho minha casa segura”.
Outro caso é o de Airton Carlos Nogueira, de 77 anos, que faz uma vistoria semanal em sua residência. “Se há algo errado, quero consertar para melhorar cada vez mais. Sempre conto com os agentes, pois eles têm um olhar mais minucioso. O trabalho da Prefeitura é digno, mas a população também precisa colaborar”.
Lembrando que a recomendação do Ministério da Saúde é de tirar 10 minutos por semana para fazer vistorias nas próprias residências (veja mais dicas abaixo).
BALANÇO
Os mutirões realizados no ano de 2025 em Santos já eliminaram 634 focos com larvas. A cidade registra 98 casos de dengue e 3 de chikungunya neste ano. Em 900 imóveis foi recusada a entrada dos agentes.
VACINA
A vacina contra a dengue segue disponível nas policlínicas para crianças e jovens de 10 a 14 anos. Para completar o esquema vacinal, são necessárias duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
O MOSQUITO
As fêmeas do mosquito Aedes aegypti depositam ovos em locais de água parada. Esses ovos necessitam de água e calor para eclodir. Assim, surgem as larvas, que mais tarde se transformam em pupa e, por fim, em mosquito. Somente as fêmeas se alimentam de sangue humano, necessário inclusive para a maturação de seus ovos antes de serem depositados. Porém, se essa fêmea tiver picado uma pessoa infectada por dengue ou chikungunya, ela se torna transmissora dos vírus ao sugar o sangue de outros indivíduos.
PRINCIPAIS DICAS
• Verifique se há água parada em vasos e pratos de plantas
• Pias - verificar vazamentos e manter ralo vedado
• Ralos no chão - tampá-los com tela, caso não sejam do tipo abre e fecha. Aplicar água sanitária duas vezes por semana
• Bandeja externa de geladeira - verificar se há acúmulo de água, limpar e manter seca
• Vaso sanitário e caixas de descarga - manter tampados
• Calhas e lajes - caso não seja possível verificar se acumulam água, procurar identificar sinais de umidade. Em caso afirmativo, providenciar a resolução do problema
• Caixas d'água - verificar a condição das tampas. Solicitar a reposição daquelas ausentes ou quebradas
• Fontes ornamentais, bebedouros de animais domésticos, piscinas - verificar a presença de organismos vivos dentro da água. Fazer limpeza regularmente
ESTRATÉGIAS DE SANTOS AO ENFRENTAMENTO AO AEDES AEGYPTI – ANO INTEIRO
• Casa a Casa - programa de visitação de rotina aos imóveis
• Mutirão - varredura realizada semanalmente em algum bairro da Cidade
• Imóveis especiais e pontos estratégicos - locais visitados mensalmente
• Imóveis especiais: grande circulação de pessoas - escolas, hotéis, shopping centers
• Pontos estratégicos: mais risco de criadouros - borracharias, oficinas, ferros-velhos, cemitérios, obras
• Nebulização - aplicação de inseticida no entorno da residência de pessoa infectada para combater o mosquito já na fase adulta, quando está transmitindo as doenças
• Armadilhas - Santos possui 481 armadilhas distribuídas por toda a Cidade, monitoradas semanalmente, que mostram o índice de infestação de mosquito no local
• Acompanhamento epidemiológico - notificação e investigação de todos os casos de doenças transmitidas pelo Aedes pela Vigilância Epidemiológica
• Atividades Educativas - atividades educativas nas ruas, escolas, palestras em empresas e instituições, pedágios em diferentes pontos da Cidade, participação em eventos, estandes temáticos e reuniões em condomínios
• Monitoramento com drones em locais de difícil acesso
• Atendimento a denúncias - feitas na Ouvidoria Municipal pelo telefone 162 ou site www.santos.sp.gov.br/ouvidoria
Fotos: Fabio Dias e Igor Matheus
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