Um grupo de moradores de Bom Jesus dos Perdões, interior de São Paulo, teve a oportunidade de desfrutar, neste sábado (15), de um dia de lazer à beira-mar na Praia do Gonzaga, em Santos, por meio do Programa Praia Acessível.

A iniciativa busca garantir que pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida possam aproveitar a praia com mais segurança e conforto. Foi o caso de Ryan Donizete, 12 anos, e sua tia, Joice Aparecida da Silva. Depois de quase duas horas e meia de viagem, chegaram pela primeira vez a Santos. E direto para a praia. Ryan tem paralisia cerebral e microcefalia, uma anomalia congênita caracterizada pela redução do perímetro encefálico.

“Essa ação é linda, porque ajuda quem não consegue chegar no mar a ir até ele”, contou Joice. A experiência do banho de mar assistido por instrutores do programa ocorre pelo uso de cadeiras de rodas anfíbias, que permitem aos participantes o deslocamento da faixa de areia até a água.

Além disso, para garantir a autonomia de quem quer participar das atividades, as calçadas e o caminho que dão acesso à faixa de areia são acessíveis, como também os banheiros e chuveiros da orla da praia.

Alessandra Cristina Viana, 25 anos, voltou do mar com um sorriso no rosto e alma lavada. Na areia, sua mãe, Sandra Aparecida de Morais, a esperava ansiosa. Acometida por sequelas da poliomielite (paralisia infantil), é em ações como essa que ela se sente prestigiada com dignidade.

“Nem todo mundo pensa nas pessoas com deficiência. Ter algo pra eles é importante, porque eles se sentem valorizados, pois na maioria das vezes são invisíveis”, declarou a mãe.

PARA TODOS

O ‘Praia Acessível’ tem como objetivo promover a inclusão e proporcionar momentos de diversão e bem-estar para todos. Presente na ação, a titular da Secretaria da Mulher, Cidadania, Diversidade e Direitos Humanos (Semulher), Nina Barbosa, reforçou a importância de tornar os espaços públicos mais acessíveis, garantindo que todas as pessoas possam usufruir do lazer de forma igualitária.

“A praia é o espaço mais democrático que tem, é diversão gratuita e que tem que ser acessada por todos de forma plena, segura, porque o que a gente quer é uma cidade onde todo mundo se inclua de forma possível, feliz e respeitosa”, afirmou.

Que o diga Sueli Oliveira, mãe de Ryan Jardin, 12 anos, que tem transtorno do espectro autista e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Vir a Santos pela primeira vez e participar do programa Praia Acessível é bom não somente para o filho, mas para ela também.

“Dedico minha vida a ele, não tenho tempo para o lazer. E é uma oportunidade como essa, que também tomo banho de mar e aproveito o dia com mais leveza. Eu e ele nos divertimos”, revelou.

COMO PARTICIPAR

O ‘Praia Acessível' é um dos programas que integram a Coordenadoria de Defesa de Políticas para Pessoas com Deficiência de Santos, ligada à Secretaria da Mulher, Cidadania, Diversidade e Direitos Humanos (Semulher). Funciona aos sábados e domingos, das 9h às 13h. Podem participar ainda pessoas de outras regiões do País que venham em excursões, mas é necessário fazer o agendamento pelo e-mail codep@santos.sp.gov.br.

Os interessados que já estão em Santos devem procurar a tenda do programa, situada ao lado do Canal 3 (em frente à Avenida Washington Luiz), aos sábados e domingos, das 9h às 15h. O serviço é gratuito e funciona durante o ano todo, não sendo necessário agendamento.

As cadeiras anfíbias suportam pessoas com até 150 quilos e os banhos de mar têm tempo máximo de duração de 20 minutos (acompanhados por instrutores da Prefeitura).