EUA e Ucrânia assinam memorando sobre acesso a recursos e minerais

Em um passo importante rumo à cooperação econômica, os governos dos Estados Unidos e da Ucrânia assinaram nesta sexta-feira (19) um memorando de intenções para avançar em um acordo abrangente sobre o acesso a recursos naturais e minerais estratégicos do território ucraniano. A informação foi divulgada pela vice-primeira-ministra e ministra da Economia da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, por meio de uma publicação na rede social X.
"Temos o prazer de anunciar a assinatura, com nossos parceiros norte-americanos, de um memorando de intenções que abre caminho para uma parceria econômica e para a criação do Fundo de Investimento para a Reconstrução da Ucrânia", afirmou Svyrydenko.
A assinatura do acordo estava prevista para ocorrer semanas atrás, mas foi adiada após uma disputa entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no mês de fevereiro. Segundo fontes ligadas às negociações, Trump defende que os Estados Unidos tenham direito a uma parcela dos lucros obtidos com a exploração dos recursos ucranianos — incluindo terras raras — como forma de compensação pelo apoio fornecido ao país por seu antecessor, Joe Biden.
Embora o teor completo do memorando não tenha sido divulgado, Svyrydenko explicou que o objetivo é transformar o fundo de investimentos em um instrumento eficaz para atrair capital estrangeiro, modernizar a infraestrutura ucraniana e impulsionar a atividade econômica.
"Esperamos que o fundo ajude a reconstruir o país, apoiar empresas e criar novas oportunidades econômicas. Ainda há muito trabalho a ser feito, mas o ritmo atual e os progressos alcançados são promissores", destacou a vice-primeira-ministra.
Autoridades dos EUA afirmam que o fortalecimento da presença comercial americana na Ucrânia também tem um papel estratégico: servir como barreira a novas agressões russas caso seja alcançado um cessar-fogo. Kyiv, por sua vez, segue exigindo garantias de segurança e proteção militar como condição para considerar qualquer eventual acordo para o fim da guerra, que já dura mais de três anos.
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